sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A morte do Conde Darbon

Vitória Lousada Gravina de Souza
Loren Martins Gonçalves

Essa história que vou contar para vocês aconteceu no fim do século XIX. Fui chamado para desvendar um mistério, o assassinato do Conde Darbon.
Uma bela tarde fui abordado na praça por um menino que aparentava ter dezenove anos:
- Will Simon?
- A seu dispor.
- Preciso de um imenso favor.
- Desvendar um caso? Desculpe, estou aposentado.
- Você precisa me ajudar, é sobre o Conde Darbon!
- O Conde? O que aconteceu?
- Vamos para um lugar mais calmo e eu te explico.
Fomos para a minha casa. Chegando lá ele me explicou tudo. Ia ser aniversário do Conde, uma festa linda, Condes e pessoas importantes do mundo inteiro estavam indo para lá. No dia estava tudo indo às mil maravilhas, tudo estava arrumado, as comidas estavam prontas e os convidados começavam a chegar. No meio da festa o Conde decidiu ir ao Toillet, ele estava demorando muito então o seu filho mais velho, Christophy, foi vê-lo. Chegando lá ele encontrou seu pai morto, todo esfaqueado e cheio de sangue.
- E você tem qual parentesco com o Conde?
- Sou filho dele.
- Você pode me descrever como seu pai era e como foi o dia da vítima no dia do assassinato?
- Claro! Meu pai era muito gentil com toda a sua família, mas quando se tratava dos empregados, ele era sempre muito bravo e cruel. Ele era um homem muito ambicioso mas ao mesmo tempo sempre viajávamos e saíamos juntos. No dia do assassinato estava tudo indo bem, nada de diferente, meu pai acordou, tomou café, tomou banho e fez seu passeio de todo dia na cidade. Nesse dia só teve uma exceção na rotina do meu pai, ele brigou com o cozinheiro, mas o motivo eu não sei.
- Uma briga? Bem suspeito. Onde estava esse cozinheiro na hora do crime?
- Ninguém sabe, ele tinha sumido na hora e ele é o único da casa que tinha habilidade com faca. Will, não quero interferir na sua investigação, mas para mim, Léo, o cozinheiro e a prima de meu pai que estava na nossa casa são os maiores suspeitos.
- Comente por que você acha que essa prima pode ser uma suspeita.
- Sophy sempre teve inveja de meu pai, pois ele ficou com a maior parte da herança de seus avós.
- Bom acho que todo esse seu relato já deu para eu ter uma noção de como começar a investigação.
- Muito obrigado Mister Simon, amanhã mesmo você pode ir lá para casa. Até mais ver.
Não consegui dormir direito nessa noite, fiquei só pensando só na investigação.
No dia seguinte cheguei bem cedo na casa do Conde. Sophy me recebeu, logo depois Christophy apareceu com seu irmão.
- Esse é Will Simon , contratei-o para investigar a morte de nosso pai. – David me apresentou.
- Muito prazer, vou tentar não incomodar vocês durante a minha investigação, mas claro, precisarei de alguma ajuda começando por agora, Christophy seu irmão me contou que você quem viu primeiro seu pai morto. Poderia me levar ao local e me mostrar onde estavam todos os objetos e o Conde?
- Claro, venha comigo.
Ele me levou até o banheiro me mostrou tudo: O corpo de seu pai estava esticado no chão perto da janela, havia um pano que continuara no lugar ao lado da vítima e a janela estava aberta. Peguei o pano para examinar, mas não foi preciso, o cheiro ainda dava para sentir, era um cheiro amargo e forte. Éter eu tinha certeza. Só achei estranho a janela estar aberta pois não tinha como uma pessoa fugir do segundo andar por uma janela.
Naquele dia liguei para todas as farmácias do bairro onde morava o Conde Darbon e ninguém nos últimos dois meses tinha comprado éter, por ser um produto forte e muito perigoso, até que me deu um estalo, existia uma simples farmácia a dois quarteirões da casa, resolvi ligar para lá e havia um pedido de éter sim em nome de Sophy, sem sobrenome, o pedido tinha sido feito a cerca de duas semanas mas só tinham buscado o produto no dia da festa. Só essa pista para um detetive qualquer bastava mas para mim ainda era pouco e tinha o cozinheiro ainda, eu tinha que investigar mais.
No dia seguinte fui até a casa do Conde, conversar com Léo, o cozinheiro, mas ele tinha pedido demissão, então fui até a casa dele. De início ele não quis me receber mas depois de um tempo ele topou conversar comigo.
- Olha se o senhor veio aqui pra falar que eu sou o culpado pode dar meia volta, eu juro que não tenho nada a ver com isso, aposto que foi Christophy que te mandou aqui, nós brigamos,  é por isso, ele está com raiva de mim e essa história da faca que matou o Conde ter sido da cozinha não prova nada...
- Faca da cozinha?
- Olha eu já estou falando demais, se Christophy não te contou nada é porque não era pro senhor saber, agora se o senhor me dá licença preciso ir.
Nesse instante ele foi embora e não me deu tempo pra perguntar nada. Saí dali cheio de dúvidas e fui direto para a casa de Darbon. Chegando lá perguntei a um dos porteiros se Sophy  tinha saído de casa no dia da festa. Eles disseram que não, que o único que havia saído era Crhistophy pois os outros estavam ocupados com os preparativos do aniversário. Nesse momento as peças do quebra-cabeça estavam começando a se encaixar. Lá dentro da casa perguntei para uma governanta se ela sabia o motivo da briga de Christophy com Léo. Ela me disse que Christophy tinha descoberto um caso entre o Conde e a mulher do cozinheiro e achava que ele não era o culpado porque não cuidava de sua mulher. Então perguntei sobre a história da faca e ela disse desconhecer esse fato. Pronto o quebra-cabeça tinha chegado ao final.
Chamei todos os familiares na sala.
- Bom eu acabo de descobrir o assassino, devo confessar que fiquei surpreso pois era uma das pessoas que eu menos esperava. David, ontem eu ouvi seu irmão conversando com alguém no telefone dizendo que sempre se sentia a ovelha negra da família e que era até um alívio a morte de seu pai pois ele tinha enorme preferência a você, depois descobri que ele foi o único a sair da casa no dia do crime e antes de seu pai ter sido esfaqueado, ele desmaiou com éter e em uma farmácia aqui perto tinha um pedido em nome de sua prima que foi entregue no dia do aniversário, mas como ela foi buscar se ela não saiu de casa e nem recebeu ninguém? Seu irmão tinha descoberto um caso entre a mulher de Léo com seu pai recentemente, esse foi o motivo da briga e nessa briga ele falou que a faca que tinha sido usada no crime era da casa, mas estranho ele ser o único a saber. E a única pista: a janela na hora do crime estava aberta mas não tem como alguém fugir pela janela do terceiro andar, tinha sido alguém ali de dentro. Bom acho que já acabei agora cabe a você decidir o que fazer. Passar bem.
Saí da casa com a sensação de dever cumprido. E com a certeza de que nunca esqueceria esse caso.

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