sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A morte do sapo

Ana Clara Alves
Gabriel Oliveira

Foi nessa história que aprendi que o amor pode ser surpreendentemente assustador, pois o amor matou pra mim.
Era um dia sem muitas nuvens fazia muito calor... Clichê, eu sei mas quero apenas contar os fatos, talvez com um pouco de ficção. Voltando a história, meu nome é Fernando Branzato e tenho sete anos. Era um dia sem nuvens e que fazia muito calor, ótimo para brincar na rua com meus amigos, mas eu tinha que dar comida ao Saponildo Verde Escuro, meu sapo. Ah, é! Eu tinha que limpar seu aquário também, mas eu queria tanto sair, que dei comida para ele e falei com minha mãe que tinha limpado seu aquário, então eu fui pra rua, brinquei até a hora do almoço e voltei para casa com os gritos da minha mãe. Ela havia descoberto que eu não tinha limpado o aquário do Saponildo.
Depois de levar uma bronca fui a meu quarto me perguntando como ela havia descoberto o meu plano e fui limpar o aquário. Admito que fui com má vontade, porém quando cheguei no meu destino e vi o que tinha acontecido, desci correndo e fiu chorando para o colo de minha mãe, que estava com uma feição triste. Meu sapo estava morto.
Depois de horas de depressão, fui comer alguma coisa, porque não tinha almoçado e estava com muita fome, quando a campainha tocou. Era Ludmila que tinha chegado de viagem no dia anterior. Como ela era uma grande amiga, a convidei para lanchar, mas fiquei com um pouco de medo de ela interpretar de outra maneira, porque todos diziam que ela gostava de mim.
Depois de comermos, contei-lhe o que havia acontecido com meu sapo e tomei a decisão de chamá-la a me ajudar a encontrar o culpado da morte do meu querido companheiro, como havíamos feito com meu primeiro sapo, o Saponildo Verde Claro, e o meu segundo sapo, Saponildo Verde Médio, tinham morrido, porém ela disse “Não” e foi embora com uma cara angustiada. Meninas são estranhas! Meu terceiro sapo morre e ela fica mais triste que eu.
No mesmo dia, porém à  noite, fui procurar pistas em meu quarto. Procurei muito e não encontrei nada, nem meu aquário: meu pai que havia chegado do trabalho, tinha tirado dali. Em seguida, desci para o segundo andar e fui para a sala, era hora de interrogar minha mãe.
– Mãe preciso falar com você. – Eu disse. Minha mãe estava com seus cabelos pretos amarrados, com seus lindos olhos castanhos vermelhos e com um avental amarrado em sua fina cintura.
– Filho, vamos para a cozinha então Assim você me explica como a sua amiga começou a me chamar de Tia Simone e seu pai de Tio Marcus.
Meu pai era alto e magro com olhos azuis e cabelos castanhos, eu era igual a ele , porém com cabelos pretos.
Chegando na cozinha, eu disse:
– Mãe, eu não sei porque a Ludmila chama vocês de tios. Enfim... Mãe, o que você estava fazendo na hora da morte do Saponildo?
Minha mãe apenas abaixou a cabeça e me abraçou, então eu me separei dela e continuei.
– Mãe foi você? Por isso sabia que o aquário estava sujo, por isso que quando eu desci você estava triste, foi por isso não é , mãe?
– Não, meu filho, não foi! Eu estava no telefone com sua tia, mas escutei um barulhono seu quarto e fui ver o que era, não encontrei nada, só o aquário sujo, Pode ligar para a sua tia e confirmar.
– Mas, mãe, porque você estava triste?
– Porque sua tia não tinha como vir hoje aqui em casa! Eu estava com saudade dela e a chamei. – Respondeu ela.
– Então, tá, vou ligar pra ela e perguntar se isso é verdade.
Após ter uma breve conversa com minha tia, pude confirmar toda a história. Então só me restava procurar o aquário e perguntar a meu pai se ele vira alguma coisa no Saponildo.
Voltei à sala e chamei meu pai à cozinha.
– Pai, eu sei que não foi você que matou meu querido Sapo, pois você estava trabalhando, mas você viu alguma coisa estranha, no sapo ou no aquário?
Meu pai me olhava curioso.
– Filho, como você sabe que alguém o matou?
– Intuição pai!
Fiz minha melhor pose de detetive e ele continuou:
–Tudo bem então, eu não vi nada estranho, mas olhe por si mesmo, o aquário está no porão. – Papai  voltou para a sala correndo, pois minha mãe chorava horrores por causa do filme.
Apesar de odiar o porão, eu lá fui, afinal o Saponildo precisava disso para poder descansar. Peguei o aquário e fui para o meu quarto, olhei cada milímetro cúbico, apesar de não saber o que éisso, e encontrei umas pedras brancas com a inscrição “Eu te amo”. Eu vi isso porque eu só usava pedras pretas em seu aquário. Mas eu não sabia de onde poderia ter vindo aquelas pedras brancas, só havia uma única casa na rua que tinha essas pedras: na casa da Ludmila, debaixo da escada, tinha uma mini piscininha com essas pedras.
Saí de casa correndo, e fui até a casa dela e toquei a campainha. Pedi a empregada que me atendeu para chamá-la. Eu sabia que tinha sido ela.No dia do crime ela já tinha chegado de viagem.
– Ludi foi você que matou meu sapo?
– Ah, foi sim! Mas foi sem querer, eu joguei a pedra pela janela, mas parece que acertei a cabeça dele. Desculpe-me.
Eu a olhei melancólico.
– Mas como você sabe que fui eu?
– Ah, Ludi, você chegou ontem de viagem e é só na sua casa que tem esse tipo de pedra. – Eu entreguei a ela a pedra.
 – Mas essas pedras só tem dentro da minha casa! Quando que você veio aqui? – Ela me olhou desconfiada.
– É... bem – Eu corri então ela veio atrás de mim.
Desculpe, saponildo, mas eu não te vingaria tão cedo. A Ludi não precisa saber que eu gosto dela.
E foi assim que eu descobri o que tinha acontecido.

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